quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Um gesto de produção

ÊXODO 2.1-10


Não podendo, porém, escondê-lo por mais tempo, tomou um cesto de junco, calafetou-o com betume e piche e, pondo nele o menino, largou-o no carriçal à beira do rio. (Êx 2.3.)


As tuas mãos estão sobre a minha vida, Senhor, Posso me sentir abrigado e seguro,
Contigo ao meu lado, vou dormir sem medo do escuro. Tu me proteges e velas noite e dia por mim.
É por isso que eu sou feliz assim.



Em uma família de Levi, nasceu um lindo bebê. Sua mãe poderia fazer uma festa de alegria por sua chegada, mas não pôde. Ninguém deveria saber que naquela casa havia um bebê. Ele poderia ser denunciado e fatalmente morreria. O menino era lindo, mas todos os bebês hebreus do sexo masculino estavam condenados à morte no Egito. Como protegê-lo?


Joquebede, sua mãe, orientada por Deus, fez um cestinho de junco e calafetou-o por dentro e por fora e o colocou no Rio Nilo. Era exatamente naquelas águas que lançavam os bebês para morrer. Mas aquele menino haveria de viver. Deus tinha um

grande plano para a vida dele. O cestinho deixado no rio estava sendo acompanhado

por Miriã, a irmãzinha. E ele foi encontrado pela princesa, filha de Faraó. Esta, ao tomar nas mãos o cestinho, viu o bebê que chorava. A menina veio logo e ofereceu o serviço da própria mãe como ama de leite para a criança. Era o Senhor dirigindo todas as coisas para preservar aquela vida preciosa.


Podemos ver gestos de proteção em abundância nos relacionamentos familiares, principalmente entre pais e filhos. Mas o maior de todos foi feito pelo próprio Senhor por nós. Na cruz, Jesus deu a vida em nosso lugar, satisfazendo a justiça de Deus. Mas também nos ofereceu proteção contra as astutas ciladas do inimigo.


Em Cristo, estamos guardados de todo o mal; temos a certeza de vida eterna e a provisão do Senhor para cada dia. Sua morte no Calvário foi um gesto de proteção para todos os que se ajuntam debaixo de suas asas.


PAI, EM TUA SOMBRA ENCONTRAMOS ABRIGO E PROTEÇÃO. EM TEU PEITO, ENCONTRAMOS CALOR E PAZ. EM TUAS MÃOS, ENCONTRAMOS SUSTENTO E ALEGRIA. TU ÉS A NOSSA SUFICIÊNCIA, O NOSSO PAI AMOROSO. AMÉM.






Por Ângela Valadão Cintra

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

O pecado da cobiça




Esse tem sido o motivo de muitas orações em busca do auxílio divino.

O texto de Tiago 4.1-3 diz que aqueles crentes não conseguiam o que cobiçavam. Então, pediam que Deus atendesse à cobiça de seus corações. Portanto, pode haver uma “espiritualização” da cobiça, que acaba fornecendo muito assunto para as orações.

Além dessa tendência individual, ainda existem pregadores que estimulam a cobiça das pessoas por meio de suas mensagens, como se todos devessem correr atrás de sonhos materiais indefinidamente e buscando ajuda de Deus para sua realização. A Bíblia tem sido usada como estimulante da cobiça muito mais do que incentivo ao crescimento espiritual. Será que Deus quer que todos os cristãos sejam ricos, grandes empresários, donos de carros de luxo e jatinhos particulares? Nada disso é prioridade para Deus. Se ele quiser nos dar, tudo bem, mas o mais importante é que nos apliquemos a buscar o seu Reino e não estas coisas.

Jesus pregou a renúncia das coisas terrenas e a busca dos valores celestiais, mas hoje muitas pregações sobre prosperidade favorecem apenas o crescimento da ambição e do materialismo. Estamos assistindo a influência da cobiça na elaboração da doutrina, conforme previu o apóstolo Paulo (2Tm 4.3).

Maná ou carne?

Deus deu maná ao povo de Israel no deserto, mas eles queriam carne, peixe, cebola, pepino, alho e melões. Foram dominados pela cobiça de tal forma que começaram a murmurar e chorar (Nm 11.1-13). Deus ficou indignado com eles.

Estavam caminhando para Canaã, terra que mana leite e mel, onde comeriam de tudo, mas não estavam dispostos a esperar. Outra característica da cobiça é desejar antes do tempo, seja comida, sexo, dinheiro, poder etc.

Eles clamaram ao Senhor para satisfazerem à sua cobiça. Embora lhes tenha atendido, enviando codornizes, Deus se irou contra aquele povo e matou muitos entre eles no lugar que ficou conhecido como Quibrote-Taavá, que significa “sepulcro da concupiscência” (Nm 11.31-35).

A este respeito, o apóstolo Paulo escreveu: “Não cobicemos as coisas más, como eles cobiçaram.” (1Co 10.6.)

Mas vamos refletir: carne, peixe, cebola, pepino, alho e melões são coisas más? Tudo o que desejamos fora do propósito de Deus ou fora do tempo é mal e nos fará mal, se obtivermos.

Os israelitas no deserto tinham o maná diariamente, mas queriam outras coisas. A cobiça nos faz desvalorizar o que temos e desejar ardentemente o que não possuímos.

A essência de tudo isso é a falta de domínio próprio. Precisamos estabelecer limites para a satisfação de desejos em nossas vidas. Aquele que se entrega à cobiça nunca ficará satisfeito com coisa alguma. Assim, viverá trocando de esposa ou marido, buscando mais dinheiro e vivendo na ansiedade. É como correr atrás do vento (Ec 6.9), sem possibilidade de alcançá-lo ou retê-lo.

Busquemos a satisfação das nossas necessidades, mas não nos entreguemos a conquistas sem limites. Lembremo-nos de que todos os bens materiais serão perdidos um dia, pois nada levaremos conosco.

“Porque nada trouxemos para este mundo, e nada podemos daqui levar; tendo, porém, alimento e vestuário, estejamos com isso contentes. Mas os que querem tornar-se ricos caem em tentação e em laço, e em muitas concupiscências loucas e nocivas, as quais submergem os homens na ruína e na perdição. Porque o amor ao dinheiro é raiz de todos os males; e nessa cobiça alguns se desviaram da fé, e se traspassaram a si mesmos com muitas dores. Mas tu, ó homem de Deus, foge destas coisas, e segue a justiça, a piedade, a fé, o amor, a constância, a mansidão.” (1Tm.6.7-11.)

Devemos possuir apenas aquilo que pudermos usufruir. Se tivermos um pouco mais, devemos ser gratos a Deus e benevolentes com os necessitados (1Tm 6.17-18).
O desejo é a fonte do bem e do mal. A diferença está na natureza do objeto, na licitude e no controle.

Outros exemplos bíblicos da cobiça e seus efeitos: Adão e Eva (Gn 3); Coré, Datã e Abirão (Nm 16); Acã (Js 7.21); Balaão (Nm 24; 2Pe 2.15); os filhos de Eli (1Sm 2.12-17); Davi (2Sm 11); Amnom (2Sm.13); Judas Iscariotes (Mt 26.15). Outras referências sobre o tema: Pv 1.19; 15.27; 6.25; 21.26; Ec 6.7, 6.9.
















: Por Pr. Anísio Renato de Andrade

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Ensinando a voar

DEUTERONÔMIO 32.1-12


Como a águia desperta a sua ninhada e voeja sobre os seus filhotes, estende as asas, e, tomando-os, os leva sobre elas… (Dt 32.11.)

Como a criança que se lança Sem medo algum, nos braços do pai,

Assim também com o meu coração Eu me lancei, ó doce Jesus,

Em teus fortes braços, ali na cruz.

Moisés fez uma retrospectiva dos 40 anos de peregrinação do povo no deserto. O Senhor assumira literalmente Israel como seu filho pequeno, ensinando- lhe os primeiros passos como nação. Numa linda canção de gratidão entoada no último período da vida de Moisés (Dt 32), ele canta a bondade do Senhor, comparando-a à da águia, que:

• Desperta a sua ninhada. O Senhor primeiramente despertou o seu povo para conhecê-lo, para saber adorá-lo e encontrar o caminho da comunhão.

• Voeja sobre os seus filhotes. Era exatamente assim que Moisés via e sentia a presença de Deus com eles. Durante o dia, a nuvem da glória divina estava sobre o arraial, trazendo sombra e frescor. À noite, ela se transformava em coluna de fogo para aquecer e iluminar.

• Estende as asas para abençoar. O Senhor não permitiu que Balaão amaldiçoasse o seu povo; pelo contrário, ele teve de pronunciar apenas palavras de bênçãos. As asas divinas estavam estendidas, trazendo proteção.

• Tomando-os, os leva sobre elas [as suas asas]. Quando as águias estão ensinando os filhotes a voar, elas os empurram do ninho, pois eles não querem sair. A pequena aguiazinha vai caindo na imensidão dos ares. Bate as asinhas. Tenta se equilibrar. Então, a mãe voeja debaixo do filhote, toma-o em seu dorso e retorna ao ninho. E isso se repete, até que o filhotinho emplumado consiga se firmar no vôo, e esteja pronto para prosseguir maduro e forte para a vida.

Assim como fez com Israel, Deus também nos ensina a voar como águia. Haverá momentos em que estaremos em seu dorso, retornando ao ninho, com o coração

acelerado pela experiência, mas seguros no cuidado infalível do grande Eu Sou.


PAI, SEI QUE CUIDAS DE MIM COM TODO DESVELO; POR ISSO, DESCANSO EM TI. AMÉM.




Por Ângela Valadão Cintra